Eu sempre fui fissurada pela infinitude incompreensível do cosmos, interessada em aprender sobre a simbologia dos planetas, apaixonada por um Universo que mal conheço. (Ou pouco me recordo…)
Tem gente que, quando bate a ansiedade, ouve uma música calminha, vai fazer um esporte, liga pra alguém. Eu? Até faço isso, mas muitas vezes a primeira coisa que me vem à cabeça é o instagram da NASA. E pronto.
Já tentou? Tente. Meu deus, como me acalma. Traz luz. Cor. Perspectiva. “Ah é, a gente não é nada… Ufa”. E de repente, uma vontade louca de ser tudo. Tudo o que a gente veio ser.
Quando morava sob o céu “sem estrelas” de São Paulo, colei umas 40 daquelas que brilham no escuro no teto do meu quarto. Bem madura, I know. E digo mais, antes de vir pra Austrália eu descolei uma por uma e enfiei esse meu item essencial na mala.
Acabou que, chegando aqui, encontrei um céu limpinho e brilhante que me bastou. Mas ainda tenho todas guardadas, porque, com esse fogo no c-, digo, lua em Sagitário rs não tenho nem como prever sob quais céus desse mundo ainda vou morar.
Há exatamente um ano atrás eu acordava debaixo desse céu do deserto. “Acordava” vírgula, né. Pq em volta de uma fogueira no meio do nada mais nada que já vi, na companhia da via láctea, pessoas incríveis, e camelos, dormir não era uma opção. E então dançamos tocamos cantamos rimos choramos e resistimos ao cansaço até o último segundo, só pra não desperdiçar um piscar de olhos.
Sabe aquela sensação de começo paixão, qdo vc passa as primeiras 24 horas junto da pessoa e vcs esquecem que sono, água e comida existem? Então, foi isso. Só que com esse céu. E com a Índia. E uns com os outros.
Magnetismo, empatia, conjunção estelar. Que delícia que foi, e que é, morrer de amor, curiosidade e encantamento e ainda viver pra ver o sol nascer.
India, Dez 2020.