Sempre tive dificuldade em compreender – e sendo muito sincera, empatizar – com pessoas que não acreditam em absolutamente NADA.
Que vêem essa existência como algo completamente aleatório e acidental.
Me apaixonei pela Índia logo de cara porque lá, obviamente, eu me via tendo conversas sobre espiritualidade a cada esquina.
E desde adolescente sempre me encontrei imersa em papos profundos aonde quer que eu fosse. Com católicos, evangélicos, espíritas, ubandistas, agnósticos.
Mesmo que as crenças fossem diferentes das minhas, a fé das pessoas sempre me fascinou.
E por isso os ateus eram um grande GATILHO pra mim rs. Sorry ateus, eu melhorei.
É que… Pisciana com vênus em Peixes, eu não consigo me desvencilhar desse “mundo místico” nem quando assim escolho.
E ouvir “Eu não acredito que há nada além disso” era quase como ouvir “A sua vida é uma farsa”.
Era difícil não levar pro pessoal. Bastava um minuto nesse assunto pra minha voz interna começar a espernear.
“COMO ASSIM?! Mas… e Chico Xavier… e tudo o que eu VI, no centro e dentro da minha própria casa? Por que eu mentiria pra você? Há muito muito muito mais do que os olhos – e os cientistas – podem ver….. lalaala.”
Às vezes eu “pregava” tudo isso e mais um pouco, às vezes não.
Com o tempo e a maturidade que gosto de pensar que adquiri, isso foi mudando. E passei a sentir uma grande COMPAIXÃO. Palavrinha carregada essa, compaixão – soa como se eu tivesse pena ou me sentisse superior. Não é isso. At all.
Compaixão porque eu não sei o que é não acreditar. Eu cresci num ambiente que me proporcionou isso, então por mais que eu tente me colocar no lugar de um ateu, é impossível.
Compaixão porque eu sei o quão difícil é, entender e aceitar diversas coisas, mesmo tendo fé. Acreditando que há mais do que os olhos podem ver e a mente compreender.
E admiração, também, porque eu não consigo mensurar o nível de sanidade mental que um indivíduo tem que ter pra conseguir levantar da cama e funcionar em um mundo em que, muitas vezes, nada parece fazer sentido.
Acontece MEIO problema no meu dia e eu já recorro ao invisível. “Eu sei que tem um pq….” Caraca, eu não sei viver sem isso.
A gente ouve o tempo todo que ter fé requer coragem né, mas a verdade é que não ter fé também.
Se enxergar como um pontinho, solto e só nesse mundo, galáxia, Universo… Não deve ser tarefa fácil.
Haja ciência, psicologia, filosofia, arte, música, mindfulness.
Haja tudo quanto é jeito de sentir e racionalizar Deus…
Sem sequer mencionar essa palavra.