Eu sou o meu próprio lar.
Mais que uma frase de efeito, essa é uma verdade que venho digerindo e assimilando graças aos chacoalhões que ganhei de presente da vida, que sabe bem como estremecer tudo quando, ironicamente, nos quer sossegando o facho.
Eu sei e você sabe – o caos transforma. Enobrece. Porque é justamente quando estamos cansados demais pra agir, que paramos pra escutar. Pra revisar nossas crenças, recalcular a rota…
É (ou não é?) mais ou menos assim: As coisas oscilam. Mudam. Ciclos chegam ao fim. E então, sem muito ao que nos agarrar, resgatamos nossa humildade. Abraçamos a incerteza. Eu viro um “só sei que nada sei” ambulante e finalmente recorro à vozinha da minha alma, que gentilmente me lembra da regra número um do jogo: Tudo muda. Só a essência permance.
“É, já aprendi essa antes.” É que entre a compreensão e a experiência há um abismo.
Mas, por mais que parte de mim disso se esqueça, parece que uma outra parte vive só pra relembrar:
No fim do dia,
do mês, do ano,
da pandemia…
A minha essência é minha verdadeira e única casa.
Eu sou o meu próprio lar.
O que primeiro me assusta, mas depois, me liberta.
Every single time. 🦋
Byron Bay, Australia, Junho de 2020.