Como sempre, era exatamente o que eu estava buscando. Do que mais eu poderia precisar?
Quando clareio minha visão, tudo ao me redor se ilumina. E não o contrário.
Se eu dependo de um céu azul e da limpeza e organização de fora pra me sentir feliz aqui dentro, eu me torno escrava das circunstâncias. Escrava do bom humor alheio, escrava da cultura do meu país, da política, das estações, da previsão do tempo.
E acho que é por isso que, aos poucos, a confusão da Índia te liberta.
Porque destrói sua zona de conforto. Expõe a criança mimada que existe em você.
Esse país tem feito comigo muito do que eu imaginei que faria. Cutucado meu ego e me feito olhar para os meus demônios internos.
E também para a mulher corajosa, aventureira e livre que há aqui dentro. A mesma que, quando resolve, acessa essa clareza interna e age com consciência e coerência.
É dela que vem a disciplina para seguir dando passinhos muitas vezes dolorosos, mas necessários; e também o impulso para dar saltos em direção ao crescimento.
Nasceu o sol.
E assim será – amanhã, e depois e depois depois…
A Terra vai seguir rodando, o ar circulando, a chuva caindo… Sem que a gente precise fazer absolutamente nada. O sol vai iluminar com precisão todos os cantos, sem ninguém fazendo um cálculo, sem que mexamos um dedo.
Vamos deixar de lado a vitimização e as reclamações.
Vamos limpar a lente com a qual enxergamos o mundo pra não chegar no fim da vida e descobrir que a ingratidão nos fez ver tudo distorcido embaçado.
Clareza.
Como eu amo essa palavra.